A força do varejo: 60% das retailtechs foram criadas há menos de dois anos e atraem investidores

Estudo inédito da Associação Brasileira de Startups revelou que startups brasileiras com foco em soluções para o varejo cresceram de forma acelerada em resposta às necessidades impostas pela pandemia

  • Existem 167 RetailTechs ativas no Brasil
  • 32% das startups já receberam investimentos
  • 42% operam em modelo de Software as a Service (SaaS)
  • 75% das startups estão concentradas no Sudeste e Sul do Brasil

O ano de 2021 foi histórico para o e-commerce: sua participação no varejo nacional mais que dobrou em relação ao ano de 2019, passando de 5% para 11% de expansão. Diante deste cenário, a Associação Brasileira de Startups – Abstartups, em parceria com a Deloitte, lança estudo inédito sobre as startups que atendem este setor: as retailtechs, que também podem ser chamadas de varejotechs.  O levantamento revelou um cenário de crescimento do setor, com potencial claro de atração de investimentos.

De acordo com o levantamento, existem 167 retailtechs mapeadas no Brasil, sendo que a grande maioria das startups foram criadas há aproximadamente dois anos, no auge da pandemia. Refletindo a realidade de algumas das empresas que atuam nesse setor que de forma abrupta, precisaram se reinventar para mitigar danos causados pela crise sanitária e adotar soluções tecnológicas para continuar operando e manter o ritmo de crescimento.

As lojas que comercializavam os seus produtos apenas no estabelecimento físico foram obrigadas a migrar para o ambiente online, pois só assim eles poderiam sobreviver a uma pandemia que a nossa geração nunca havia visto. Devido a esse cenário, começaram a surgir inovações tecnológicas para auxiliar nos processos internos das lojas, atendimento ao consumidor, controle de estoques, entre outros. Foi então que nasceram as chamadas retailtechs, para atender essas necessidades.

O perfil do consumidor mudou

Além do cenário pandêmico, o varejo também enfrenta uma mudança de comportamento do consumidor, o que escancara também um problema de relacionamento com ele.

Dessa forma, as retailtechs entram no circuito como importantes peças para facilitar a experiência de compra e aprimorar a comunicação do varejo com seus consumidores, especialmente para concluir vendas de forma rápida ou para solucionar problemas no pós-venda. É por isso que a maioria das retailtechs são as que oferecem algum tipo de software como serviço.

Segundo o estudo, 42% dessas startups atuam com SaaS para auxiliar o setor na integração dos canais de venda, diversidade nas formas de pagamento, logística ainda mais ágil e desburocratização de processos. Isso revela uma dor do varejo que ainda tem muito espaço para resolver e tudo que melhora a experiência do cliente antes, durante e depois da compra, aumentando as chances de fidelização.

Janelas abertas para investimentos  

O estudo revela, também, um cenário bem favorável para investidores. 68% das retailtechs brasileiras ainda não receberam nenhum tipo de aporte.

Luiz Othero, diretor executivo da Abstartups, avalia indicar um potencial ainda maior de crescimento, já que o segmento se encontra em processo de maturação. Se, por um lado, metade das retailtechs estão em fase de tração ou de escala, por outro, somente 10% declararam que houve a procura pelo capital, mas não obtiveram êxito. “É interessante observar que, ao mesmo tempo em que o varejo recebeu um alto nível de investimento nos últimos dois anos, as retailtechs não tiveram tantos cheques assinados assim. Isso é sinal de que o setor está em processo de amadurecimento e tende a se tornar um dos mais importantes do país, já que ele soluciona diversos problemas que o varejo já enfrenta há muitos anos, como problemas com pagamentos, sites responsivos, logística, experiência do consumidor, e por aí vai”, conclui o executivo.

Ricardo Balkins, sócio-líder de Consumer da Deloitte, acrescenta que as retailtechs têm um mercado amplo de oportunidades, já que quase metade das empresas procuram a simplificação de processos no ecossistema de inovação, embora mais da metade ainda não tenham relacionamento com startups. “Estreitar esse relacionamento, portanto, é fundamental. Isso pode ser feito por meio de parcerias para o desenvolvimento de produtos e serviços. Com a aceleração da transformação digital e das mudanças no comportamento do consumidor, vemos cada vez mais avanços tecnológicos no setor de comércio e bens de consumo. As retailtechs têm impactado esse movimento, trazendo soluções inovadoras, modernização e automatização para o setor”.

Para acessar a pesquisa completa, basta clicar aqui

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