Tendências de inovação em diferentes setores para 2023

Segundo levantamento sobre tendências para 2023, realizado pela empresa de consultoria Gartner, 94% dos CEOs têm a intenção de continuar e agilizar a transformação digital dentro das companhias. Isso envolve o investimento em novas tecnologias, ferramentas e inovações com potencial de transformar os negócios e posicionar melhor a marca no mercado.
Ainda que 2022 tenha sido um ano desafiador para as startups e muitas empresas tenham colocado o pé no freio nos investimentos para o ecossistema, há áreas promissoras que devem continuar a crescer nos próximos anos.
Pensando nisso, listamos cinco tendências de inovação em diferentes setores para 2023. Confira:
- Empresas expandindo além do core em prol da jornada do cliente
Saúde, serviços financeiros e seguros são alguns dos mercados que comprovam essa tendência. A pulverização dos serviços digitais tem tornado mais complexa a vida do cliente, que ganhou diversas opções de escolha – o que é um ponto positivo, mas dificulta a avaliação do que é melhor em cada necessidade e também complica a gestão do que é oferecido. “Quem nunca perdeu um cashback que recebeu e nem lembrava mais que tinha? Aqui, o segredo será marcas fortes desenvolvendo soluções complementares ao seu core business para manter o cliente por perto, permitindo novas receitas e menos dependência de uma única solução”, analisa Guilherme Massa, co-fundador da Liga Ventures.
- Fintechzação
Os avanços tecnológicos e startups focadas em infraestrutura para criação de serviços financeiros estão fazendo com que muitas companhias desenvolvam seus próprios produtos, como fintechs internas, wallets e programas de cashback. Para Maurício Martinez, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da Porto e da Oxigênio, aceleradora de startups da Porto, essa estratégia permite fidelizar clientes e abrir novas frentes de negócios a partir de soluções mais integradas. “Vamos continuar observando o crescimento de contas digitais, opções de investimento e crédito, cartões, entre outras facilidades, tudo para reter o consumidor. O avanço do Open Banking/Finance deve manter essa disputa pelo melhor ecossistema de serviços financeiros aquecida pelos próximos anos”, observa Martinez.
- Soluções nichadas
A segmentação por público já é realidade em muitos setores e promete crescer ainda mais. Fintechs com cartões voltados para mulheres, jovens, estudantes, baixa renda, entre outros nichos estão ganhando espaço, assim como healthtechs e insurtechs focadas em perfis específicos. “O segredo está tanto em atender demandas personalizadas, quanto na comunicação bem direcionada e assertiva”, reforça Massa.
- Inteligência Artificial
Empresas de ponta já entenderam que precisam trabalhar com dados para ganhar vantagem competitiva. Porém, a dificuldade agora é conseguir insights relevantes a partir do grande volume de informações, tanto para otimizar o negócio quanto para gerar mais valor para o cliente. “Startups de todos os segmentos, como saúde, financeiro, varejo, indústria, e muitos outros, vão ganhar espaço ao se especializarem na tradução desses dados e ao tornar isso valioso para a operação das grandes empresas, inclusive modernizando processos”, afirma Maurício Martinez.
- Digitalização intensa
Não é novidade que a pandemia acelerou o processo de digitalização de muitos segmentos e corporações. Porém, ainda assim, diversas necessidades dos clientes continuam com gaps entre o mundo físico e digital, como na hora de agendar e realizar consultas e exames de várias especialidades. “Para as startups existe oportunidade de complementaridade de soluções para ofertar uma experiência mais amigável ao consumidor e criar ecossistemas mais consolidados, protegendo da concorrência”, pondera Massa.
Além dessas tendências, 2023 também deve ser o ano do investidor corporativo. “O “inverno” dos investimentos em startups por grandes fundos de venture capital deve permitir que investidores corporativos tenham mais espaço nas negociações com os empreendedores, uma vez que o mercado corporativo tem mais capital disponível hoje tanto para aporte em startups quanto em discussões de oportunidades de sinergia entre os negócios”, finaliza o co-fundador da Liga Ventures.